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O que é a criónica?


O conteúdo desta página é proveniente da página oficial da Alcor Life Extension Foundation e foi traduzido para português com autorização.

 

Criónica é uma prática especulativa que usa o frio para preservar a vida de uma pessoa que não pode mais ser suportada pela medicina comum. O objectivo é manter a pessoa ao longo do tempo, durante as décadas ou os séculos que sejam necessários, até que o processo de preservação seja reversível e a pessoa possa ser restaurada com perfeita saúde.

Enquanto que a criónica soa a ficção científica, existe uma base para ela na ciência real. A história científica completa é raramente contada nos relatórios da imprensa, deixando a criónica muito incompreendida.

A criónica é justificada com três factos que não são bem conhecidos:

1) A vida pode ser parada e reiniciada se a sua estrutura básica for preservada.

Embriões humanos são constantemente preservados durante anos a temperaturas que param completamente a química da vida. Humanos adultos sobreviveram até aproximadamente 1 hora a arrefecimentos até temperaturas que param o funcionamento do coração, cérebro, e todos os outros órgãos. Esta e muitas outras lições de biologia ensinam-nos que a vida é uma estrutura particular da matéria. A vida pode ser parada e reiniciada se a estrutura celular e a química forem suficientemente bem preservadas.

2) Vitrificação (não o arrefecimento) pode preservar a estrutura biológica muito bem.

Adicionar concentrações de químicos chamados crio-protectores nas células permite ao tecido ser arrefecido até temperaturas bastante baixas com pouca ou nenhuma formação de gelo. O estado de formação sem gelo a temperaturas inferiores a -120ºC é chamado de vitrificação. É neste momento possível vitrificar órgãos tão grandes como o cérebro humano, atingindo uma excelente preservação da estrutura sem congelar.

3) Métodos para reparar a estrutura ao nível molecular podem ser agora previstas.

A ciência emergente da nanotecnologia irá eventualmente levar até máquinas capazes de reparar e regenerar extensivamente o tecido, inclusive reparar células individuais uma molécula de cada vez. Esta nanomedicina futura pode teoricamente recuperar qualquer pessoa preservada desde que a estrutura cerebral básica que codifique a memória e a personalidade se mantenham intactas.

Então...

  • Se a sobrevivência da estrutura significa sobrevivência da pessoa;
  • Se o frio pode preservar a estrutura essencial com fidelidade suficiente;
  • Se a tecnologia prevista conseguir reparar lesões causadas pelo processo de preservação;

Então a criónica deve funcionar, mesmo sabendo que não pode ser demonstrada a funcionar hoje. Essa é a justificação científica para a criónica. É uma justificação que cresce mais forte com cada avanço na tecnologia de preservação.

Previnir a Morte

A morte ocorre quando a química da vida se torna tão desorganizada que uma operação normal não consegue resolver. (Morte não é quando a vida se "desliga". Pessoas podem e já sobreviveram mesmo quando estavam "desligadas".) Quanta da desordem química pode ser restaurada depende da tecnologia médica. À cem anos atrás, uma paragem cardiorrespiratória era irreversível. Pessoas eram chamadas de mortas quando o seu coração parava de bater. Hoje em dia acredita-se que a morte só acontece 4 a 6 minutos depois de o coração parar porque após vários minutos é difícil de ressuscitar o cérebro. No entanto, com novos tratamentos experimentais, é possível sobreviver a mais de 10 minutos de paragem cardiorrespiratória quente sem lesões cerebrais. Tecnologias futuras para reparos moleculares podem estender a fronteira da ressuscitação até 60 minutos ou mais, tornando as crenças de hoje sobre quando a morte ocorre obsoletas.

Em ultima estância, a morte real ocorre quando a estrutura celular e a química se torna tão desorganizada que nenhuma tecnologia pode restaurar o seu estado original. A isto é chamado de critério de informação teórico para a morte. Qualquer outra afirmação sobre a morte é arbitrária e sujeita a revisão contínua sempre que a tecnologia muda. Esse é certamente o caso de morte anunciada hoje em dia aquando da ausência de "sinais vitais", o que não é a verdadeira morte de todo.

O objectivo da criónica é prevenir a morte preservando a estrutura celular e a química o suficiente para que a sua recuperação (incluindo a recuperação da memória e personalidade) se mantenha possível com a tecnologia prevista. Se os pacientes da criónica forem realmente recuperados no futuro, então claramente eles nunca estiveram mortos. Os médicos de hoje em dia irão simplesmente estar errados sobre quando a morte ocorre, tal como estiveram muitas vezes no passado. O argumento de que a criónica não pode funcionar porque os pacientes da criónica estão mortos é um argumento circular.

A Criónica hoje

Mais de 100 pessoas já foram crio-preservadas desde o primeiro caso em 1967. Mais de 1000 pessoas já trataram das questões legais e financeiras para a criónica com uma das várias organizações, geralmente por meios de seguros de saúde. A Alcor é a maior organização, e distinguida pelas outras organizações de criónica pela sua tecnologia avançada e advocacia na abordagem médica à criónica.

Os procedimentos da Alcor têm início idealmente aquando da paragem cardiorrespiratória. A circulação sanguínea e a respiração são artificialmente restauradas, e uma serie de medicamentos são administrados para proteger o cérebro da falta de oxigénio. O rápido arrefecimento também tem inicio, o que acaba por proteger o cérebro. O objectivo é manter o cérebro vivo, nos critérios de hoje, o máximo de tempo possível para o procedimento. Nem sempre é possível responder tão rápido e agressivamente, apesar de ser essa é a ideia da Alcor, e tem sido atingida em muitos casos.

Em 2001 a Alcor adaptou avanços publicados no campo da preservação de órgãos para atingir aquilo a que acreditamos ser uma preservação sem gelo (vitrificação) do cérebro humano. Este é um método de estabilização das bases físicas da mente humana durante períodos de tempo praticamente ilimitados. O procedimento envolve a substituição parcial da água nas células com uma mistura de químicos que previnem a formação de gelo. Os rins tiveram uma recuperação completa depois de expostos a químicos similares nos estudos publicados. A fórmula da Alcor é mais concentrada do que as fórmulas que permitem a sobrevivência de pequenos órgãos, mas a sua similaridade com estas fórmulas sugere que está a preservar a bioquímica muito efectivamente.

Os objectivos futuros da Alcor incluem a expansão da crio-preservação sem gelo (vitrificação) não só do cérebro mas também de todo o corpo humano, e reduzir as alterações bioquímicas do processo para se aproximar mais de uma demonstração de reversibilidade. Com base num progresso notável que tem sido feito no banco de investigação convencional de órgãos, nós acreditamos que a demonstração da preservação reversível do cérebro humano é um objectivo médico que pode ser atingido durante o tempo de vida de muitas pessoas que vivem hoje em dia.




Avanços dramáticos na preservação de tecido cerebral
Figura 1: Pré-1992 danos de congelamento no tecido cerebral depois do tratamento com 3 molar glicerol. Esta microfotografia de luz preparada para "substituição de gelo" no estado de congelado mostra extensos danos de cristal no gelo. Este é o tipo de danos que muitos comentadores assumem ser comum nos pacientes da criónica. A sua assumpção é desactualizada e incorrecta.
Figura 2: Pré-1992 danos de congelamento no tecido cerebral depois do tratamento com 4 molar glicerol. Esta microfotografia de electrões preparada depois do descongelamento mostra lágrimas a rodear um tubo capilar, e um núcleo de uma célula sem membrana celular (objecto circular negro). Parece haver menos danos no tecido congelado-descongelado do que na imagem do tecido no estado congelado.
Figura 3: 1992-2001 danos de congelamento no tecido cerebral depois do tratamento com 7.5 molar glicerol. Esta microfotografia de electrões preparada depois do descongelamento mostra lágrimas a rodear um tubo capilar, mas, em contrapartida, boa estrutura de preservação. com este protocolo, os danos do gelo ocorrem em intervalos ao longo do cérebro, mas com a maior parte do volume a permanecer sem gelo.
Figura 4: Hoje tecido cerebral preservado com a solução de vitrificação moderna mostra virtualmente nenhum dano de congelamento. Todos os neurónios são visíveis com as membranas intactas e com uma estrutura bem definida.Esta é a preservação cerebral excelente que a Alcor pode agora atingir com os seus pacientes humanos. Muitos "experts" que reclamam sobre os danos causados pelos procedimentos da criónica não têm noção de que tal preservação é neste momento possível.




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